segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

6ª aula Microbiologia (Escherichia coli)



Definição: Escherichia coli é um dos microrganismo tido como habitante natural da flora microbiana do trato intestinal de humanos e da maioria dos animais de sangue quente, sendo portanto, normalmente encontrado nas fezes destes animais. Muitas cepas de Escherichia coli não são patogênicas.
São classificados como bastonetes retos, Gram negativos, não formadores de esporos,  possuem motilidade através de flagelos ou são imóveis. São anaeróbios facultativos e utilizam D-glicose e outros carboidratos com a formação de ácido e gás. São oxidase negativa, catalase positiva, vermelho de metil positivo, Voges-Proskauer negativo e geralmente citrato negativo. São negativos para H²S, hidrólise de uréia e lipase
Existem basicamente quatro diferentes grupos de Escherichia coli que tem sido relacionados com surtos de infecção alimentar, sendo classificados de acordo com:


São classificadas em 4 tipos:

Escherichia coli enteropatogênica ( EPEC ): é conhecida como causadora de surtos de diarréia neonatal que ocorre freqüentemente em berçários hospitalares. Muitos adultos possuem EPEC no trato intestinal, porém não expressam os sintomas da doença. Acredita-se que adultos adquirem imunidade a este microrganismo. Acredita-se que a aderência à mucosa intestinal seja um importante fator para a colonização do trato intestinal.

Escherichia coli enteroinvasiva ( EIEC ): tem um comportamento patológico muito semelhante a Shigella. Os sintomas são calafrio, febre, dores abdominais e disenteria. A dose infectante é alta. O período de incubação varia de 8 a 24 horas e a duração da doença é usualmente de vários dias. O curso da infecção é muito semelhante ao da Shigelose. O microrganismo invade células do epitélio intestinal, multiplica-se dentro destas células e invadem células epiteliais adjacentes provocando ulcerações do cólon, resultando finalmente em diarréia de sangue. Aproximadamente 11 sorotipos são responsáveis por infecções de EIEC e o principal deles é O: 124.

Escherichia coli enterotoxigênica ( ETEC ): é geralmente mais associada à " diarréia do viajante". Os sintomas de ETEC são similares aos da cólera: diarréia aquosa, desidratação, possivelmente choque, e algumas vezes vômito. A dose infectante é muito alta.  O período de incubação varia de 8 a 44 horas, produz uma ou mais toxinas, que vão agir no intestino delgado induzindo a libertação de fluido. Não ocorre invasão nem dano à camada epitelial do intestino delgado, apenas ocorre colonização e produção. Para que o ETEC cause diarréia em um hospedeiro 1º ele tem que ser toxigênico, 2º ingerir quantidades suficientes do microrganismo para que ocorra a doença, e 3º o microrganismo deve estar em contato com a mucosa do intestino delgado.

Escherichia coli enterohemorrágica ( EHEC ): este é provavelmente o mais importante em termos de infecções alimentares. O principal sorotipo envolvido é o O157:H7, são gram-negativos, oxidase negativo, e catalase positivo (Fonte: Manual Bergey’s). Os microorganismos secretam um material tóxico e desencadeiam inflamações intestinais hemorrágicas, que em casos mais graves provocam insuficiência renal devido a complicação pela Síndrome Urêmica Hemolítica (SUH) podendo levar a morte, entre outras complicações. O microrganismo serve como modelo para a transcrição de um perigoso veneno conhecido como, "Shigatoxina". Esta toxina atua de várias maneiras, uma delas é através do bloqueio da biossíntese proteica, desencadeando nas células o processo de apoptose envolvendo sinais em cascata. Sintomas: é bastante severa e pode ser expressa por três manifestações diferentes: Colite hemorrágica, síndrome urêmica hemolítica (HUS), e trombocitopenia trombótica púrpura (TTP). O período de incubação da doença varia de 3 a 9 dias. A patogenia não foi completamente definido, mas já se sabe que ela produz uma ou mais toxinas. As toxinas são imunologicamente e estruturamente semelhantes à "Shiga toxina", produzida pela Shigella dysenteriae, apresentando características idênticas de atividade biológica, citotoxidade às células HeLa, letalidade a ratos e enterotoxidade.


Obrigada, Patrícia Carvalho

Bibliografia

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