quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

4ª aula (PATOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL)

Mais uma aula referente aos assuntos estudados em sala, da disciplina de Patologia. O presente estudo estar relacionado as doenças do sistema gastrointestinal que foi um dos assuntos da prova de hoje 01/12/2011. 



Patologia do esôfago

Carcinoma Epidermóide do Esôfago: O câncer no esôfago é uma doença no qual células malignas começam a desenvolver-se no revestimento interno do músculo e, dependendo de sua evolução, podem atingir suas outras camadas.

Existem duas formas comuns de câncer de esôfago: o Carcinoma Espinocular e o Adenocarcinoma.

Carcinoma espinocelular (também conhecido como Carcinoma Epidermóide) é um tipo de câncer que se forma a partir de alterações das células escamosas. Ocorre mais freqüentemente na parte inicial e média do esôfago, porém pode ocorrer em todas as regiões do órgão. O carcinoma epidermóide escamoso é responsável por grande parte dos casos de Câncer de Esôfago. 
 O Adenocarcinoma é um tipo de câncer que se forma a partir de alterações das células glandulares. Ocorre mais freqüentemente na parte final do esôfago. 
 Fatores de risco: Além das bebidas quentes, o tabagismo em suas diversas formas e o consumo de álcool, existem algumas condições, fatores e disfunções que podem ser colaborar para a formação de um tumor:
  • Esôfago de Barrett: É o nome dado à alteração que pode ocorrer na parte inferior esôfago, devido à substituição de células originais do esôfago por células semelhantes a do intestino. O sintoma principal dessa alteração é a Doença do Refluxo Gastroesofágico.
  • Acalásia: Trata-se de uma disfunção neuromuscular no esfíncter (músculo circular) presente no esôfago. Essa alteração gera a dificuldade da passagem do alimento e pode evoluir com uma dilatação do esôfago.
  • Refluxo gastroesofágico: refluxo do conteúdo gástrico para o esófago.
  • Esofagite: ex: candidíase 
  • Lesões Cáusticas – São lesões causadas pela ingestão de produtos químicos e sua passagem pelo esôfago.
  • HPV – A infecção pelo Papilona Vírus Humano (vírus transmitido pelo contato sexual) pode provocar lesões da pele ou das mucosas. Existem centenas de tipos diferentes de HPV, e cada um deles, individualmente, pode apresentar baixo ou alto risco de causar tumores malignos.
  • Síndrome de Plummer-Vinson: essa síndrome é gerada por uma anemia com intensa ausência de ferro no organismo, ocasiona o aparecimento de tecidos (estenose) que dificultam a deglutição pelo esôfago (disfagia).
Outros - Além desses há fatores de riscos de ordem comportamentais como má higiene bucal, o histórico de câncer de cabeça e pescoço anteriores ou na família ea idade avançada do paciente.
O diagnóstico pode ser feito por radiografia do tórax, esofagograma, endoscopia, biópsia, além dos que foram demostrado no item anterior como HPV, esofagite, síndrome de Plummer-Vinson, entre outras.

Patologia do estômago
• Hérnia do hiato
• Gastrite
• Úlcera gástrica

Hérnia do hiato: é uma situação em que a parte superior do estômago, passa para cavidade torácica.

Gastrite: inflamação gástrica. Existem dois tipos de gastrite: crônica e aguda. 
  A gastrite aguda é uma inflamação passageira. Quando não tratada pode evoluir para a gastrite crônica. Pode causar sangramentos pela boca (hematêmese) ou pelo reto (melena). As causas da gastrite aguda são: uso de medicamentos (ácido acetilsalicílico, corticoides, alguns anti-inflamatórios), estresse físico e psíquico; bebida alcoólica; ingestão acidental ou suicida de substâncias ácidas corrosivas.
  Na gastrite crônica, a bactéria Helicobacter pylori por vezes é a causadora da infecção. Por viver muito bem em ambientes ácidos, a Helicobacter pylori pode levar à destruição da mucosa que reveste e protege a parede do estômago, caracterizando a gastrite.
Gastrite crônica atrófica: Ocorre quando os anticorpos atacam o revestimento mucoso do estômago, provocando o seu adelgaçamento e perda de muitas ou de todas as células produtoras de ácido e de enzimas. Esta perturbação afecta normalmente as pessoas mais velhas. Também tem tendência para ocorrer nas pessoas a quem foi extirpado parte do estômago (procedimento cirúrgico chamado gastrectomia parcial). A gastrite atrófica pode provocar anemia perniciosa porque interfere com a absorção da vitamina B12 presente nos alimentos.

Úlcera gástrica: A úlcera é uma área focal da mucosa (pele que recobre desde a boca até o ânus ) do aparelho digestivo que foi destruída pelos sucos digestivos. O sintoma mais comum é uma sensação de dor tipo queimação ou vazio na boca do estômago (região epigástrica). A dor geralmente ocorre entre as refeições e algumas vezes acorda o paciente durante a noite. Pode durar durante minutos ou horas e geralmente alivia quando o paciente se alimenta ou faz uso de anti-ácidos. Outros sintomas menos comuns incluem náusea , vômitos , perda do apetite e peso. As úlceras podem ser causadas por três fatores: 1- agente irritantes tais como AINEs (medicações a base de anti-inflamatórios não esteróides), 2- desequilíbrio entre a acidez do suco gástrico e a barreira mucosa, 3- presença da bactéria Helicobacter pylori. 

Complicações:
Hemorragia: O sangramento de uma úlcera pode ocorrer tanto no estômago como no duodeno sendo algumas vezes o primeiro sinal de suas existência. O sangramento pode ser lento causando uma anemia crônica e fadiga constante. Ou rápida podendo levar o paciente a Ter vômitos enegrecidos como "borra de café" ou evacuações enegrecidas e fétidas. ( o sangue sofre digestão e sua aparência torna-se enegrecida)

Perfuração: Quando as úlceras não são tratadas , o suco digestivo e ácido gástrico pode literalmente corroer a parede do estômago ou duodeno levando a uma perfuração. Derramamento abrupto de suco digestivo com ácido e alimento pode levar a uma dor intensa, aguda com necessidade de cirurgia de emergência pela presença de uma peritonite.

Obstrução: A presença da inflamação crônica de uma úlcera pode causar um inchaço local e cicatrização levando a diminuição do espaço por onde o alimento passa. Este fenômeno leva o paciente a ter vômitos tardios ( vomita conteúdo do almoço do dia anterior) e emagrecimento.

Diagnóstico: exame mais indicado é a endoscopia digestiva, e durante o exame pode ser realizada biopsia, e em casos especiais pode ser feito o RX do tubo digestivo superior.

Patologia do intestino

Úlcera duodenal:  semelhante a úlcera gástrica, com os mesmos sintomas, causas, tratamento e prevenção.

Doença de Crohn:  Não se conhece uma causa para a Doença de Crohn. Várias pesquisas tentaram relacionar fatores ambientais, alimentares ou infecções como responsáveis pela doença. Porém, notou-se que fumantes têm 2-4 vezes mais risco de tê-la e que particularidades da flora intestinal (microorganismos que vivem no intestino e ajudam na digestão) e do sistema imune (mecanismos naturais de defesa do organismo) poderiam estar relacionadas. Nenhum desses fatores, isoladamente, poderia explicar por que a doença inicia e se desenvolve. O conjunto das informações disponíveis, até o momento, sugere a influência de outros fatores ambientais e de fatores genéticos. Os sintomas mais freqüentes são diarréia e dor abdominal em cólica com náuseas e vômitos acompanhados de febre moderada, sensação de distensão abdominal piorada com as refeições, perda de peso, mal-estar geral e cansaço. Pode haver eliminação, junto com as fezes, de sangue, muco ou pus. Como não há cura, o objetivo do tratamento é o controle dos sintomas e das complicações.

Retocolite ulcerativa: Retocolite ulcerativa inespecífica é uma das moléstias inflamatórias que acometem o intestino. Seus sintomas são semelhantes aos de outras moléstias do aparelho digestivo. Não se conhece a causa da retocolite ulcerativa, mas fatores genéticos e auto-imunes estão envolvidos no seu aparecimento.
A inflamação da retocolite ulcerativa inespecífica é superficial, crônica e exuberante. Atinge exclusivamente a mucosa que reveste o intestino grosso e provoca lesões contínuas nas áreas em que se manifesta.

Síndrome do cólon irritável: Síndrome do cólon irritável é um distúrbio na motilidade intestinal não associado a alterações estruturais ou bioquímicas e que se caracteriza por episódios de desconforto abdominal, dor, diarreia e obstipação (prisão de ventre) presentes pelo menos durante 12 semanas, consecutivas ou não.

Má digestão: Sintomas: sensação de estômago cheio, enjoos, eructações (arrotos), vômitos, sonolência após as refeições, dores abdominais. Causas: comer depressa sem mastigar direito os alimentos, beber líquidos em excesso durante as refeições, abusar de alimentos gordurosos e de frituras.

Flatulência: são gases intestinais que podem causar grande desconforto porque provocam distensão abdominal. Podem ser tanto ingeridos com a comida como produto final de uma fermentação de carboidratos por bactéria. A intensificação da flatulência pode ocorrer em pessoas ansiosas, que falam ao comer ou que comem muito depressa, ou em pessoas que sofrem de parasitoses intestinais.

Peritonite:  é a inflamação do peritônio, que é uma membrana serosa que reveste a cavidade abdominal. Este tipo de afecção pode ser difusa ou localiza e, primária ou secundária. A primária relaciona-se com a disseminação bacteriana por via hematógena ou diretamente pela cavidade abdominal, sem que haja perfuração de uma víscera oca. Já a secundária, que é muito mais comum está relacionada com infecções intra-abdominais causadas por bactérias e/ou suas toxinas. Estas chegam à cavidade quando há o rompimento de alguma víscera oca, como intestino, apêndice e estômago. Outras causas podem ser inflamação da vesícula biliar ou enzimas geradas por uma inflamação do pâncreas, úlceras perfuradas, complicações renal ou hepática, complicações da diálise peritoneal. O primeiro sinal clínico observado é a dor e sensibilidade abdominal, agravada durante a movimentação. Outros sintomas são: líquido no abdômen (ascite), não evacuação de fezes ou gases, distensão abdominal, febre, baixa produção de urina, náuseas, vômitos e sede.

Doença diverticular:  é uma herniação ou projeção saculiforme da mucosa através da massa muscular, geralmente do cólon. A protrusão ocorre freqüentemente no ponto em que a artéria nutriente atravessa a massa muscular, interrompendo a integridade da parede do cólon.
A diverticulose afeta principalmente o cólon sigmóide, e isso pode ser devido a uma maior necessidade de intensas contrações musculares pelo cólon sigmóide. Assim, contrações de maior amplitude, combinadas com a presença de fezes constipadas, resultam no aparecimento destes divertículos.

Cancro do cólon: é um câncer maligno que afeta o intestino grosso e/ou reto. Este tipo de câncer é um dos mais freqüentes, e em geral está relacionado ao sedentarismo, obesidade, tabagismo, história familiar de câncer colorretal, predisposição genética, à dieta rica em carnes vermelhas, e possivelmente, à dieta pobre em fibras. O tratamento consiste na retirada do tumor, que pode ser endoscópica (colonoscopia) ou cirúrgica. Além disso, pode haver a necessidade de tratamento complementar com quimioterapia e radioterapia, que são indicados antes ou após a cirurgia, e nos casos mais avançados, para que se evitem ou se tratem as lesões metastáticas.

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